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Milagre do sangue de São Januário volta a ocorrer em Nápoles

Fiéis estavam apreensivos: o fenômeno não tinha se renovado em dezembro, o que foi interpretado como um sinal de alerta.

O milagre do sangue de São Januário voltou a ocorrer em Nápoles neste domingo, 2 de maio: ele costuma liquefazer-se em três ocasiões a cada ano, sendo elas o primeiro domingo de maio, a festa do santo em 19 de setembro e o aniversário do milagre de 1631, no dia 16 de dezembro, quando, pela intercessão de São Januário, evitou-se uma tragédia após a erupção do vulcão Vesúvio.

Um relicário custodiado na catedral de Nápoles guarda o sangue do santo em estado sólido.

O fenômeno da liquefação do sangue de São Januário tem sido registrado desde nada menos que o ano de 1389, quando foi testemunhado pela primeira vez. Desde então, nunca se chegou a nenhuma explicação científica sobre o caso.

Fenômeno não ocorreu em dezembro passado

O povo da região aguardava este primeiro domingo de maio com particular expectativa, já que, em 16 de dezembro de 2020, o sangue de São Januário não se liquefez. A não ocorrência do milagre costuma ser interpretada, popularmente, como sinal de que algo ruim está para acontecer.

De fato, para mencionar alguns exemplos, o sangue do santo não se liquefez em alguma das três datas destes anos:

1939: a Alemanha deu início à Segunda Guerra Mundial, invadindo a Polônia.
1973: Nápoles foi atingida por uma epidemia de cólera.
1980: ocorreu o grande terremoto em Irpinia.

Liquefação voltou a ser registrada neste domingo

Neste fim de semana teve de ser cancelada a tradicional procissão de sábado à tarde, que prepara os fiéis para acompanharem o fenômeno aguardado para acontecer no primeiro domingo de maio.

Houve somente a celebração da Eucaristia na catedral, com limite de 200 fiéis presentes devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19. A celebração foi transmitida pela internet e pela TV.

Ainda no domingo, a arquidiocese de Nápoles confirmou via redes sociais que o milagre havia sido registrado.

Milagre do sangue de São Januário

São Januário é o padroeiro de Nápoles. Durante a perseguição do imperador romano Diocleciano contra os cristãos, nos primórdios da Igreja, o então bispo de Benevento foi capturado e torturado, mas se negou a rejeitar a fé cristã. Junto com outros fiéis, ele foi decapitado por volta do ano 302. Suas relíquias foram sendo transferidas para diversos lugares até chegarem a Nápoles em 1497.

A devoção dos napolitanos a São Januário ficou ainda mais profunda por ocasião da erupção do Vesúvio em 1631, quando os fiéis foram em procissão até uma igreja próxima do vulcão, levando solenemente o crânio do mártir e uma ampola com o seu sangue. Segundo os registros locais, a erupção cessou sem causar mortes nem feridos, embora a lava já corresse na direção de Nápoles e as cinzas vulcânicas já “chovessem” sobre a região.

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