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"Ele fechou os olhos sorrindo": foi assim que Carlo Acutis morreu

"Ele parecia ter adormecido, mas entrou em coma devido a uma hemorragia cerebral que, depois de algumas horas, causou sua morte", revelou a mãe de Acutis.

Vamos falar sobre os últimos momentos da vida do Beato Carlo Acutis. São as horas mais dramáticas que antecederam sua morte. Mas devem ser contadas, pois mostram como este adolescente foi extraordinário.

No livro Il segredo di mio figlio (“O Segrego de Meu Filho”), Antonia Salzano Acutis, a mãe de Carlo Acutis, narra os últimos momentos do filho neste mundo.

Hospitalização desesperada

O jovem beato, nos primeiros dias de outubro de 2006, foi levado às pressas para o hospital San Gerardo de Monza, com um péssimo diagnóstico: uma leucemia M3, capaz de espalhar células cancerosas por todo o corpo em muito pouco tempo.

É uma doença que não pode ser prevenida e só tem cura em alguns casos. O caso de Carlo Acutis era irrerversível.

“Tem gente que sofre mais do que eu”

A mãe, Antonia Salzano, lembra que “as enfermeiras de plantão voltaram a colocar a máscara de respiração na cabeça dele. Perguntaram-lhe como se sentia, e com um sorriso ele respondeu: ‘Estou bem, tem gente que sofre muito mais do que eu.’ Elas se entreolharam sem acreditar; sabiam o que o sofrimento desse tipo de leucemia causava. No entanto, ele respondeu assim.”

Carlo parecia ter uma força que não era dele. “Achava que só o seu forte e estreito vínculo com o Senhor o faria enfrentar aquela situação dessa forma. Não era o heroísmo de um momento.”

Essa relação com Jesus, continua a mãe, “foi fruto de uma relação cultivada dia após dia, hora após hora. Sem saber, Carlo havia construído a possibilidade de viver aquele momento dessa maneira. Ele o construiu durante anos vividos sob a luz de Deus, sob sua proteção continuamente solicitada, sob a luz continuamente desejada”.

Posteriormente, recorda Antonia Salzano, “houve muitos, entre os que o viram naquelas horas no hospital, que me disseram que, naquela altura, tinham a impressão de estar diante de uma criança especial. Que, por causa de uma força quase não humana, ele conseguiu não mostrar o seu sofrimento, não perturbar, sorrir dentro da tempestade”.

Carlo Acutis sabia que ia morrer

Enquanto isso, as condições de Carlo pioravam a cada hora. Era a tarde do dia 10 de outubro. E a mãe relata:

“Por volta da uma hora da manhã adormeci alguns minutos. Carlo, por outro lado, não conseguia dormir por causa das fortes dores. Porém, ouvi-o pedir às enfermeiras de plantão que não fizessem muito barulho para que eu pudesse descansar. Eu ainda esperava que ele pudesse fazer isso, mesmo que as palavras que ele me disse assim que chegou a Monza voltassem à minha mente: ‘Eu não vou sair daqui vivo, prepare-se.’

Disse-me estas palavras porque não queria que eu chegasse despreparada ao momento da sua morte. Explicou-me que até do céu me mandava muitos sinais e por isso tinha que ter calma”.

Momentos antes de entrar em coma, Carlo Acutis disse à mãe que estava com uma leve dor de cabeça. “Não me alarmava particularmente, porque não parava de o ver sofrer muito, mas ao mesmo tempo sereno.”

“Alguns momentos depois, porém, ele fechou os olhos, sorrindo. Ele nunca os reabriu. Ele parecia ter adormecido, mas em vez disso ele entrou em coma devido a uma hemorragia cerebral, que depois de algumas horas causou sua morte”, revelou Antonia.

Morte clínica

Clinicamente, os médicos o consideraram morto quando seu cérebro cessou todas as atividades vitais. Eram 17h45 do dia 11 de outubro de 2006.

Antonia lembra: “Senti que estava a viver um sonho. Como isso pode acontecer? O Senhor o levou quando ele tinha apenas quinze anos, no auge de sua juventude”.

A família de Carlo Acutis queria doar seus órgãos antes de sua morte. Mas os médicos não permitiram porque disseram que estavam afetados por causa da leucemia.

“Fomos informados de que o coração de Carlo tinha parado de bater às 6h45 do dia 12 de outubro, véspera da última aparição de Nossa Senhora de Fátima. Para nós essa coincidência não foi acidental. Perdemos o nosso único filho, uma dor imensa, mas éramos sustentados pela esperança de que ele não tivesse desaparecido definitivamente das nossas vidas, pelo contrário, que estaria mais perto de nós do que antes e que uma vida melhor nos aguardava”, concluiu a mãe de Carlo Acutis.

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