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Justiça determina reintegração de posse da Alep e servidores dizem não temer nada

A Justiça determinou a reintegração de posse da Alep (Assembleia Legislativa do Paraná), após pedido do presidente da Casa, o deputado estadual Ademar Traiano. Apesar da decisão, o presidente Hermes Leão, da APP-Sindicato, garantiu que os servidores não têm medo e vão manter a ocupação, que iniciou na tarde desta terça-feira (3) e continuou durante toda a madrugada desta quarta-feira (4).

Em entrevista à Banda B, Leão lamentou a decisão judicial. “Estamos fazendo a resistência e mantendo a ocupação. Continuamos aqui e vamos fazer esta manifestação necessária. Não fomos ouvidos em nenhum momento. Só houve uma retaliação de uma Justiça que age rápido para se manter o poder de forma autoritária. Solicitamos que aconteça um dialogo decente com os servidores”, descreveu.
 
O sindicalista criticou a posição do governador Ratinho Jr de não cumprir uma promessa de campanha. “Ele prometeu que manteria um dialogo conosco e isso até agora não aconteceu”, afirmou Leão, confirmando ainda que os servidores não temem uma possível ação policial. “O medo já deixamos para trás há muito tempo, porque a nossa luta é muito justa. Sabemos que parte da sociedade não gosta, mas outra nos apoia e muito”, concluiu.
O protesto é contra a Reforma Estadual da Previdência. Durante a tarde, os manifestantes, que estavam reunidos desde a manhã no Centro Cívico, romperam o cordão de isolamento realizado pela Polícia Militar (PM) e passaram a protestar nas galerias do plenário. Ainda durante a tarde, os manifestantes se reuniram no local e decidiram passar a noite acampados dentro do prédio.
 
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Márcio Kieller, criticou a pressa com que os deputados decidiram votar o projeto. “Ainda está em Brasília a discussão da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) paralela, que pode impactar a Previdência nos estados e municípios. Então, isso pode ter mudanças com a aprovação por lá. Essa intempestividade do governador Ratinho Junior de não deixar o projeto ser votado em ano eleitoral pode acabar sendo um tiro no pé. A luta é por uma aposentadoria digna”, disse.
 

Governo do Paraná

 
Segundo o Governo do Paraná, a nova previdência do servidor público do Paraná segue “rigorosamente” a legislação aprovada no Congresso Nacional, após ampla discussão com os mais diversos setores da sociedade. “Não se trata, portanto, de uma decisão casuística e sim de cumprir a obrigação de atualizar o marco legal dos regimes próprios de previdência dos Estados, adotando o novo preceito constitucional brasileiro. No Paraná, a medida contribui para estancar o crescimento do deficit já existente para o pagamento de aposentadorias e pensões. Neste ano, a insuficiência financeira do sistema será de R$ 6,3 bilhões. O valor é superior ao orçamento do Estado para a área de saúde”, afirma o Estado.

 

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