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Líbano, o Cristo sofredor do Oriente Médio

A explosão em Beirute aumenta o sofrimento do país com a maior proporção de cristãos do Oriente Próximo.

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A explosão de 4 de agosto em Beirute foi um evento de proporções apocalípticas. Já devastada pela instabilidade econômica, corrupção política e pandemia, essa cidade do Líbano (país com maior proporção de cristãos do Oriente Médio) vê agora se estender ainda mais o seu sofrimento.Abrir a galeria de fotos 

Assim como a Polônia foi chamada de Cristo sofredor da Europa por tudo que passou, o Líbano pode ser considerado o Cristo do Oriente Médio por sua agonia.

O padre Michel Rouhana, da Ordem Maronita, nasceu na cidade libanesa de maioria cristã de Beit Mery, com vista para Beirute.

Ele descreve sua cidade natal como um local de convívio entre drusos, ortodoxos gregos e maronitas.

Dado o significado arqueológico e turístico da cidade, os Irmãos De La Salle, em cooperação com o consulado francês, fundaram em 1880 uma das primeiras escolas católicas francesas do Líbano.

Os pais do padre Rouhana enviaram ele e seus irmãos para essa escola, enquanto suas irmãs frequentaram escolas francesas dirigidas por religiosas.

“Eu gostava dos meus professores religiosos. Aos onze anos, eu queria ser um deles”, lembra o padre Rouhana.

A Igreja maronita está em plena comunhão com Roma.

Ao terminar o ensino médio, o padre Rouhana já era fluente em árabe, francês e inglês. Durante o noviciado, estudou siríaco-aramaico, que usa diariamente na liturgia.

Através de sua formação sacerdotal, ele aprendeu italiano. Ele obteve um mestrado na Universidade de Toronto, seguido de um doutorado na Universidade Kaslik, no Líbano.

Embora o Líbano não seja um dos grandes destinos do turismo católico, é importante lembrar que o país faz parte da Terra Santa e que tem uma importante missão.

Em 1989, o Papa São João Paulo II disse a famosa frase: “o Líbano é mais do que um país: é uma mensagem de liberdade e um exemplo de pluralismo tanto para o Oriente quanto para o Ocidente”.

Padre Rouhana concorda: “o Líbano é uma mensagem de convívio e de hospitalidade”.

Existem outras lições da mensagem do Líbano em meio à pandemia. As antigas tradições maronitas de disciplina e solidão, que permitem momentos de reflexão profunda, são ferramentas úteis para enfrentar as adversidades.

O Salmo 92 é muito amado por judeus e maronitas. Durante o sábado, é recitado três vezes, porque esse salmo vislumbra a futura perfeição espiritual do mundo vindouro.

Um dos versículos – “como a palmeira, florescerão os justos, elevar-se-ão como o cedro do Líbano” – está gravado em aramaico embaixo de uma estátua de São Maron, abençoada pelo Papa Emérito Bento XVI em 2011, no Vaticano.

Refletindo sobre isso, padre Rouhana diz: “o Monte Líbano, em tudo o que representa, e especialmente o cedro, é para nós, maronitas, a Terra Santa natural preservada pelo Deus Trino para nos preparar para a Terra Santa Espiritual”.

“Não foram os maronitas que escolheram o Líbano como sua terra natal. São Maron viveu e morreu perto de Alepo, no norte da Síria. Nós, como maronitas, parecidos com o povo judeu, insistimos no fato de que Deus nos concedeu a honrosa missão de proteger, preservar e servir esse templo natural. Como o povo judeu, passamos por muitos sofrimentos e massacres para finalmente ajudar a moldar a identidade libanesa.”

Os cristãos continuarão no Líbano? O padre Rouhana reconhece: “permanecer no Líbano está nas mãos da Santa Providência.” Esse é espírito de fé e confiança que o capacita a proclamar: “fomos amados pelo Senhor, pois Ele previu os sofrimentos que passaríamos ao longo de nossa história quando disse: ‘Não tema, pequeno rebanho, pois é com grande prazer que seu Pai lhe dará o Reino’.”

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