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Santo Livro!

27 de setembro, domingo, “Dia Nacional da Bíblia”. As dioceses do Brasil dedicam este último domingo de setembro à leitura e valorização da Bíblia. Esta comemoração está em referência à memória de São Jerônimo, dia 30. Objetivamos com esta solene memória recordar que é na liturgia que a Sagrada Escritura adquire a sua maior expressão de verdadeira proclamação da Palavra de Deus. Ela contém a Palavra de Deus, que é a maior preciosidade que temos. Porque ela nos revela este Deus que vem dialogar com o ser humano. E não só dialogar. Mas, com um amor apaixonado, nos oferece, em Jesus Cristo, um caminho de construção de seu Reino, e a meta feliz que nos espera depois da morte, se aceitamos a sua proposta.

 

São Jerônimo, presbítero e doutor da Igreja (340)

“Com efeito, ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo!”. Essa frase pertence a São Jerônimo, um sacerdote do século IV, muito conhecido por ter traduzido a Bíblia para o Latim, tradução que chamamos Vulgata. Esse nome vem de “vulgata versio”, que significa “versão de divulgação para o povo” – acessível ao povo.

 

Papa Francisco: Algumas recomendações aos pregadores

O Papa Francisco, na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (EG), sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual (2013) e suas recomendações pastorais. “Mediante a aproximação cordial do pregador, do tom caloroso da sua voz, da mansidão do estilo das suas frases, da alegria dos seus gestos [...] será sempre fecunda” (EG 140) a palavra anunciada. O pregador tem a belíssima e difícil missão de unir os corações que se amam: o do Senhor e os do seu povo. O diálogo entre Deus e o seu povo reforça ainda mais a aliança entre ambos e estreita o vínculo da caridade. Durante o tempo da homilia, os corações dos crentes fazem silêncio e deixam-No falar a Ele. O Senhor e o seu povo falam-se de mil e uma maneiras diretamente, sem intermediários, mas, na homilia, querem que alguém sirva de instrumento e exprima os sentimentos, de modo que, depois, cada um possa escolher como continuar a sua conversa. A palavra é, essencialmente, mediadora e necessita não só dos dois dialogantes, mas também de um pregador que a represente como tal, convencido de que “não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor, e nos consideramos vossos servos, por amor de Jesus” (2Cor 4,5) conclui Francisco (cf. EG 143).

Recomenda-nos ainda o Bispo de Roma que o pregador deve também pôr-se à escuta do povo, para descobrir aquilo que os fiéis precisam ouvir. Um pregador é um contemplativo da Palavra e também um contemplativo do povo. Desta forma, descobre “as aspirações, as riquezas e as limitações, as maneiras de orar, de amar, de encarar a vida e o mundo, que caracterizam este ou aquele aglomerado humano”, prestando atenção “ao povo concreto com os seus sinais e símbolos e respondendo aos problemas que apresenta”. Trata-se de relacionar a mensagem do texto bíblico com uma situação humana, com algo que as pessoas vivem, com uma experiência que precisa da luz da Palavra. No fundo, é uma “sensibilidade espiritual para saber ler nos acontecimentos a mensagem de Deus” e isto é muito mais do que encontrar algo interessante para dizer. Procura-se descobrir “o que o Senhor tem a dizer nessas circunstâncias” (cf. EG 154).

Portanto, leiamos a Bíblia todos os dias para alimentar nosso espírito no seguimento de Jesus Cristo, Palavra Encarnada. Sejamos, pois, despertados pelo conhecimento e amor profundo aos Livros Santos, motivando-nos, sobretudo em nossas famílias diocesanas, para a leitura cotidiana, atenta e piedosa. Deixe o Santo Livro num lugar de destaque de sua casa.

Dom Edgar Ertl Bispo da Diocese de Palmas e Francisco Beltrão

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