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Para governar com sabedoria!

No exercício do poder, toda autoridade necessita de sabedoria e discernimento para não cometer injustiça contra o povo. Nos tempos de epidemia, no Brasil, temos assistido um festival de improvisação, confusão, intolerância, ideologização e polarização para o enfrentamento do coronavírus, causando na população verdadeiro frenesi e desorientação sem proporção. No começo de seu reinado, Salomão sonha em ser sábio e poderoso como o seu Pai Davi. Por isso, pede a Deus a sabedoria para governar o povo com justiça e discernir entre o bem e o mal.

No primeiro livro dos Reis (cf. 1Rs 3,5.7-12), num diálogo com o Senhor, Salomão em sonho, durante a noite ouviu do Senhor: “Pede o que desejas, e eu te darei”. Salomão perturbado argumenta: “Senhor, meu Deus, tu fizeste reinar o teu servo em lugar de Davi, meu pai. Mas eu não passo de um adolescente, que não sabe ainda como governar e diante de uma grande população. Dá, pois, ao teu servo um coração compassivo, capaz de governar o teu povo e de discernir entre o bem e o mal”. Esta súplica plena de realismo e confiança de Salomão agradou ao Senhor. E Deus disse a Salomão: “Já que pediste esses dons e não pediste para ti longos anos de vida, nem riquezas, nem a morte de teus inimigos, mas sim sabedoria para praticar a justiça, vou satisfazer o teu pedido; dou-te um coração sábio e inteligente, como nunca houve outro igual antes de ti nem haverá depois de ti”.

Salomão reconhece sua incapacidade para o ofício de governar o povo, por conta de sua juventude e inexperiência. Ele precisa de sabedoria. E sabedoria é a capacidade de julgar com retidão. Julgar é uma das tarefas primárias do rei. Sabedoria é arte de governar. A sabedoria é também literária, conhecimento e formulação de experiências comprovadas e diferenciadas. Quanto mais sábio um governante mais êxitos logrará aos governados. Um governante precisa de cultura, de ciência e prudência, conforme disse o Senhor a Salomão. Para governar, Salomão pede, ademais, mente dócil, ou seja, a arte de escutar, e o discernimento concreto entre o bem e o mal, que é suprema sabedoria. A sabedoria extraordinária de Salomão, é dom de Deus. Que sejamos humildes e supliquemos ao Senhor este dom tão necessário e urgente a todos os que nos governam em todas as esferas da sociedade, não exclusivamente na política. Quem governa deve praticar a justiça e para isso necessita da sabedoria.

 Envia-a do céu (cf. Sb 9,1-8)

A oração de Salomão por sabedoria: Deus de meus pais, Senhor de misericórdia, que tudo criaste com tua palavra e formaste o homem sabiamente, para que dominassem todas as tuas criaturas, governasse o mundo com justiça e santidade e administrasse justiça retamente: dá-me a sabedoria, por mais perfeito que seja um homem, se lhe faltar tua sabedoria, não valerá nada. Contigo está a sabedoria, que conhece tuas obras. Envia-a do céu sagrado, manda-a do teu trono glorioso, para que esteja a meu lado e trabalhe comigo, ensinando-me o que te agrada. Ela, que tudo sabe e compreende, me guiará prudentemente em meus empreendimentos e me guiará com seu prestígio.

Confessa, ainda, Salomão as fragilidades da humanidade se não assistido pela sabedoria. Os pensamentos dos mortais são mesquinhos e nossos raciocínios são falíveis, fracos e sem compreensão. Quem conhecerá teu desígnio, se tu não lhe dás a sabedoria, enviando do céu teu santo espírito? Enfim, Salomão e todos nós que exercemos lideranças precisamos de “discernimento para ouvir”, um “coração sábio e inteligente”, “vida longa com fidelidade, compreensão, livres de julgamentos alheios, desapego dos bens terrenos, dos tronos/púlpitos/superioridade e das honras humanas”. Enfim, Pai, concede-me o dom da sabedoria para que governemos o que nos foi confiado com sabedoria!

 

Dom Edgar Ertl Bispo da Diocese de Palmas e Francisco Beltrão

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