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Disputas internacionais, fake news e trilhões de doláres: o jogo político na corrida pela vacina contra o coronavírus

As vacinas que estão sendo desenvolvidas contra o novo coronavírus têm sido foco de fake news, informações distorcidas e de debates sobre a sua eficácia. 

No Brasil, a vacina CoronaVac da empresa chinesa Sinovac que tem parceria para desenvolvimento e testagens com o Instituto Butantan, e testes em vários estados do país, inclusive no Paraná, foi alvo de polêmica. Após o ministro da Saúde Eduardo Pazuello ter indicado a compra de 46 milhões de doses da vacina, o presidente Jair Bolsonaro disse em uma rede social que o CoronaVac não seria comprado pelo governo porque a vacina ainda não teve a eficácia comprovada cientificamente pelo Ministério da Saúde, nem foi autorizada pela Anvisa e que o povo brasileiro não seria feito de cobaia. Na internet, circulam fake news sobre a China ter criado o coronavírus com objetivos políticos e que a vacina chinesa viria contaminada com o próprio vírus. 

Vale lembrar que a vacina da hepatite e da gripe H1N1 já utilizadas pelo SUS são produzidas pelo laboratório chinês. Segundo o coordenador do curso de Comércio Exterior da Universidade Positivo. João Alfredo Nyegray, que é  mestre em internacionalização e pesquisador na área de estratégia, a decisão sobre a aquisição de vacinas que deveria ser exclusivamente científica tem virado uma disputa política. 

Memes sobre a vacina que está sendo desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca e que tem a Fiocruz como parceira no Brasil, circularam pela internet associando o imunizante com uma transformação de quem a utiliza em macaco. A vacina usa um vírus que ataca chimpanzés como vetor. E segundo uma investigação realizada pelo jornal britânico The Times, oficiais russos estariam  envolvidos na disseminação destes memes, inclusive aqui no país, onde a Rússia quer promover sua vacina própria, a Sputnik V, que tem parceria para desenvolvimento no estado com o Instituto de Tecnologia do Paraná. O professor Nyegray avalia este cenário.

O professor considera que as fake news sobre as vacinas desacreditam o setor científico e favorecem o movimento anti-vacina. 

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