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Você conhece a história da comunidade de Palmeirinha?

Nesta semana nossa reportagem especial conta um pouco da história da família Polese e Ferri, pioneiros do munícipio, fundadores da comunidade Palmeirinha, interior de Coronel Vivida.

O repórter Ademir Hanzen entrevistou Alceno Antonio Ferri e José Polese Ferri, os quais gentilmente receberam a equipe de reportagem da rádio Vicente Pallotti e compartilharam a história da sua família, e mostraram também um incrível acervo de materiais, ferramentas de trabalho, etc., utilizados pelos colonizadores da nossa região.

Como tudo começou!

Nossa viagem no tempo inicia na década de 30, quando Luis Ferri fazia viagens a cavalo em busca de um lugar para povoar. Na época, onde hoje é a comunidade de Jacutinga, morava Pedro Polese, tio de Libera, esposa de Luis, foi ele quem indicou o local onde Ferri e sua família poderiam se colocar, pois ali existia um salto no rio Barro Preto e serviria para instalar uma roda d’água.

De posse da informação, Luis saiu em busca de comprar as terras indicadas e, em Vila Nova de Clevelândia (hoje Pato Branco), localizou o engenheiro Duílio Trevisani Beltrão, filho do colonizador e engenheiro civil Francisco Gutierrez Beltrão – importante figura política paranaense que deu nome à cidade de Francisco Beltrão -, fazendo o acordo e adquirindo as terras.

A chegada e inicio da colonização

Sendo assim, em 19 de setembro de 1940, Luis Ferri e Libera Polese Ferri saíram de Santa Catarina com destino as novas terras, local onde seu Luis já planejava criar um povoado. O caminhão fretado para trazer os pertences da família chegou até Covó, interior de Mangueirinha, de lá até a nova morada, a viagem foi no lombo de mulas e com os filhos dentro dos cargueiros.

Já estabelecidos nas terras, Luis instalou a primeira serraria do município, e teve inicio a criação do povoado. Após um tempo surgiu à ideia de abrir uma estrada, desde a margem do Rio Chopim, que fazia a ligação de Vila Nova de Clevelândia, passando em frente à casa de Luis, seguindo por Barro Preto, Colônia Chopin (Chopinzinho) até Laranjeiras, a abertura da estrada levou três anos para ser completada. O trabalho todo feito com machados, pás, enxadas, bois e mulas.

Com a estrada aberta, novos moradores vieram para a região. Foi então construída uma igreja, José conta que seu pai mandava o Adelmo (In Memoriam), filho mais velho, ir a Chopinzinho com dois cavalos buscar o Frei Everaldo para celebrar as missas. Ergueu-se a primeira escola no povoado, sendo que seu Luis buscou professores em Palmas. Assim a comunidade foi crescendo e, houve a necessidade de dar um nome ao local. Segundo José, sua mãe Libera foi quem deu o nome Palmeirinha ao povoado, isso porque em frente à casa havia uma palmeira e ao serem questionados qual seria o nome, ela olhou a planta e disse vamos chamar de Palmeirinha.

O primeiro hotel de Coronel Vivida

Com a estrada aberta, muitas pessoas vindas do Rio Grande e Santa Catarina passavam pelo local e em dias de muita chuva os pequenos caminhões e carroças paravam no povoado e buscavam por abrigo. Nasceu ali a ideia de construir uma casa grande, essa possuía nove quartos na parte de cima e sala e cozinha em baixo.

Centenas de pessoas se hospedaram na casa de seu Luis, pois da nossa região seguiam caminhões com madeira para Pato Branco, Clevelândia, União da Vitória e Curitiba e no sentido oposto vinham às mudanças das famílias que se instalaram no sudoeste e oeste paranaense.

Assim constitui-se a comunidade da Palmeirinha, local por onde passaram milhares de pessoas em busca de sonhos e realizações. E muitas dessas histórias podem ser contadas e revividas com o acervo de peças e ferramentas utilizadas pelos colonizadores, que Alceno Antonio Ferri tem em sua propriedade.

Acervo histórico com centenas de peças

Em entrevista, o senhor Alceno diz que sempre teve interesse em conhecer o passado e nos objetos antigos que carregam a história. E há 20 anos começou a busca por elementos históricos e materiais do inicio da colonização de Coronel Vivida e região.

Atualmente esse acervo possui aproximadamente 1.800 peças. São ferramentas, utensílios domésticos, materiais usados na construção de casas, abertura de estradas, confecções de calçados, enfim, peças que foram seguradas por bisavós, avós e pais da atual geração.

Alceno conta que boa parte da coleção é da família, que chegaram aqui em 1940, outras tantas peças ele conseguiu através de visitas em casas no interior, e algumas ele comprou. Visitações no local são possíveis através de prévio agendamento.

Abaixo você pode acompanhar a entrevista:

 

 

Texto e imagens: Ademir Hanzen - repórter rádio Vicente Pallotti.

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