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Papa: o estilo de Deus é a proximidade, a compaixão e a ternura

"Esta é a graça da nossa fé. Verdadeiramente não podíamos esperar uma vocação mais excelsa: a humanidade de Jesus – Deus fez-se próximo em Jesus".

O Papa Francisco afirmou hoje que, graças a Jesus Cristo, a oração nos abre “ao imenso mar de Deus que é Amor”.

Em sua catequese semanal, realizada na Biblioteca do Palácio Apostólico, o Papa falou sobre o tema “A oração e a Trindade”.

Identidade de Deus

O Papa afirmou:

Foi Jesus que nos abriu o Céu e nos projetou para uma relação com Deus. Foi ele que fez isto: abriu-nos para aquela relação com o Deus Trino: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É isto que o apóstolo João afirma na conclusão do prólogo do seu Evangelho: «Ninguém jamais viu a Deus: o Filho único, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer» (1, 18). Jesus revelou-nos a identidade, a identidade de Deus, Pai, Filho e Espírito Santo. Realmente não sabíamos como se pudesse rezar: quais palavras, quais sentimentos e que linguagem eram apropriados para Deus. Naquele pedido dirigido pelos discípulos ao Mestre, que temos recordado frequentemente no decurso destas catequeses, há toda a hesitação do homem, as suas repetidas tentativas, muitas vezes infrutíferas, de se dirigir ao Criador: «Senhor, ensina-nos a rezar» (Lc 11, 1).

Pobreza da nossa oração

Em seguida, o Papa falou das diferenças entre as orações.

Nem todas as orações são iguais, nem todas são convenientes: a própria Bíblia atesta o mau resultado de muitas orações, que são rejeitadas. Talvez por vezes Deus não esteja satisfeito com as nossas orações e nós nem sequer nos apercebemos disso. Deus olha para as mãos daqueles que rezam: para as purificar não é necessário lavá-las, quando muito é preciso abster-se de ações malignas. São Francisco rezava: «Nullu homo ène dignu te mentovare», ou seja, “homem algum é digno de te nomear” (Cântico do Irmão Sol). Mas talvez o reconhecimento mais tocante da pobreza da nossa oração tenha vindo dos lábios do centurião romano que um dia implorou Jesus que curasse o seu servo doente (cf. Mt 8, 5-13). Sentia-se totalmente inadequado: não era judeu, era um oficial do odiado exército de ocupação. Mas a preocupação pelo servo fá-lo ousar, e diz: «Senhor… eu não sou digno que entres debaixo do meu teto, mas diz uma só palavra e o meu servo será curado» (v. 8). É a frase que também repetimos em todas as liturgias eucarísticas. Dialogar com Deus é uma graça: não somos dignos dela, não temos o direito de a reivindicar, “coxeamos” com cada palavra e pensamento… Mas Jesus é a porta que nos abre para este diálogo com Deus.

Deus ama sempre

O Papa Francisco prosseguiu afirmando que nunca teríamos tido a coragem de acreditar num Deus que ama o homem se não tivéssemos conhecido Jesus.

O conhecimento de Jesus fez-nos compreender isto, no-lo revelou. É o escândalo que encontramos esculpido na parábola do pai misericordioso, ou na do pastor que vai em busca da ovelha perdida (cf. Lc 15). Histórias como estas não poderiam ter sido concebidas, nem sequer compreendidas, se não tivéssemos encontrado Jesus. Qual Deus está disposto a morrer pelas pessoas? Qual Deus ama sempre e pacientemente, sem pretender por sua vez ser amado? Qual Deus aceita a tremenda falta de gratidão de um filho que pede antecipadamente a sua herança e sai de casa a esbanjar tudo? (cf. Lc 15, 12-13). É Jesus quem revela o coração de Deus. Assim Jesus diz-nos com a sua vida até que ponto Deus é Pai. Tam Pater nemo: ninguém é pai como ele. A paternidade que é proximidade, compaixão e ternura. Não esqueçamos estas três palavras que são o estilo de Deus: proximidade, compaixão e ternura. É o modo de manifestar a sua paternidade para conosco. É difícil para nós imaginar de longe o amor com que a Santíssima Trindade está repleta, e que abismo de benevolência recíproca existe entre Pai, Filho e Espírito Santo. Os ícones orientais deixam-nos intuir algo deste mistério que é a origem e a alegria de todo o universo.

Um amor sem igual

O Papa falou então sobre a graça de nossa fé:

Acima de tudo, tínhamos dificuldade de acreditar que este amor divino se dilatasse, chegando até ao humano: somos o termo de um amor que não encontra igual na terra. O Catecismo explica: «A santa humanidade de Jesus é, pois, o caminho pelo qual o Espírito Santo nos ensina a orar a Deus nosso Pai» (n. 2664). Esta é a graça da nossa fé. Verdadeiramente não podíamos esperar uma vocação mais excelsa: a humanidade de Jesus – Deus fez-se próximo em Jesus – pôs à nossa disposição a própria vida da Trindade, abriu, escancarou esta porta do mistério do amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

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